segunda-feira, 20 de outubro de 2008

"Cada um no seu quadrado": Foucault e as formas de controle social na sociedade contemporânea

Bom, como muitos devem saber eu estou escrevendo minha monografia e não tenho tido muito tempo de postar aqui, por isso tudo anda tão cinza e pálido. Mas hoje eu não consegui me controlar, Foucault me animou a mente!
Estava eu na Biblioteca Central do Gragoatá fazendo minha pequenas leituras de Foucault e Deleuze quando me deparei com quatro formas de organização espacial, descritas pelo Michel, que visam promover o controle dos corpos dóceis nas sociedades.
Uma destas formas se chama "clausura", e basicamente o autor diz que este método consiste em um quadriculamento do espaço, deixando cada um no seu quadrado e cada quadrado com seu cada um.
Foucault era, realmente, um ser visionário, não?

Agradecimentos ao Prof. André Luiz, graduado em História pela Universidade Federal Fluminense, pelo título do grande trabalho científico aqui postado.

domingo, 17 de agosto de 2008

manifesto de um futuro publicitário

Se ainda existe alguém que leia isso e que não me conheça, eu faço 2 faculdades, Publicidade e Propaganda e Estudos de Mídia.
Desde meu início em Publicidade em 2005 eu me sentia mal com uma coisa, um certo preconceito dentro do curso. Em uma grande parte das matérias que cursei a ênfase maior sempre foi dada para o Jornalismo, todos os professores sempre davam exemplos falando de jornais, falando de quando fôssemos escrever uma matéria ou quando estivéssemos dentro de um jornal. Mas eles sempre se esqueceram que as turmas eram compostas por futuros publicitários e jornalistas. E ao falar sempre dando exemplos de jornalismo acabava por desanimar, e muito, várias pessoas que optavam por publicidade.
Acredito que sob os olhos de profissionais de comunicação (que em geral são chamados de jornalistas) os publicitários são muito menosprezados, são vistos como seres que não pensam muito, que só sabem fazer uns desenhos bonitos e encontrar uma forma de vender um produto.
Até mesmo dentro de uma assessoria de comunicação (pela minha mínima vivência e leitura) a profissão de publicitário é deixada de lado e a assessoria de comunicação é quase que vista como uma assessoria de imprensa. E sempre que eu paro pra pensar nisso eu me pergunto porque o jornalista é a peça chave da comunicação social em geral? Porque ele sabe escrever melhor?!?! Mas um publicitário também sabe escrever, afinal, temos que escrever pra convencer alguém de alguma coisa, usamos recursos de convencimento. Porque em uma assessoria de comunicação um jornalista é TÃO importante assim? Se um publicitário aprende marketing e branding, porque o jornalista é peça chave em um departamento que deve ralçar a marca da instituição e pensar no endomarketing dela?
Não quero menosprezar a profissão de jornalista, de forma alguma! Mas o que me entristece muito é essa desvalorização (isso foi o que eu vi e senti desde o início da minha faculdade) intelectual e gerencial que sofre o profissional de publicidade, visto que muito do conteúdo estudado é semelhante ao das outras habilitações da comunicação social: cinema, RP, jornalismo etc.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

O futuro é a Mobilidade

Grande descoberta a minha não é?

Desde o século 19, 20 nós já nos tornamos indivíduos e cada vez mais no individualizamos, temos as coisas somente nossas, não repartimos. Nesses últimos anos, pôde perceber (sem nenhuma base estatístisca) o crescimento da venda da laptops, de smartphones, smartphones esses, que podem ser vistos como os ícones principais dessa mobilidade, dessa convergência, como diria a RedBull, é tudo junto, ao mesmo tempo. Mas ao meu ver, os laptops estão, já, fadados a desaparecer (dããã, grande descoberta também né? Tudo que é sólido desmancha no ar! ora bolas).

Mas previsões são sempre muito complicadas, afinal elas dependem de tendências, de marketing, de publicidade, de dinheiro, de vontade, em resumo, de um mooonte de coisa.

Ultimamente eu tenho visto que alguns programas, como o firefox, lançaram suas versões portable. E também tenho visto, que é possível instalar sistemas operacionais em um pendrive, em um cartãozinho de memória. Mas também pudera, essas coisinhas crescem de espaço a cada dia, na última semana comprei um pendrive de 8g, vi em uma loja um de 16Gb, em outra um de 32Gb e meu irmão me enviou um link de um cartão de 64Gb. Essas descobertas se deram no intervalo de 5dias. O que isso me fez pensar foi que eu posso instalar o meu sistema operacional no meu pendrive, com todos meus programas, minhas configurações, meus links, minhas fotos, tudo meu, e usar os computadores de amigos, de lanhouses, da faculdade, como mero suporte pro meu SO ali, ou seja, meu computador vai estar onde eu quiser, ele vai estar no meu bolso.

Nossa, agora o meu computador também foi virtualizado.

sábado, 24 de maio de 2008

Second Life, a minha experiência

Bom, após um longo inverno sem escrever, pelos mais variados motivos. Trabalhos finais, trabalhos intermediários, criatividade dedicada aos trabalhos, falta de tempo etc. Resolvi escrever sobre a minha terceira, e aparentemente última, experiência com o Second Life.
A maioria de vocês que leem esse meu blog, o que não deve passar de 4 pessoas, deve saber que Second Life é tendência, é tendência a um bom tempo já. Por conta disso eu resolvi fazer uma experiência antropológica (ou virtual-antropológica) nesse jogo (ou simulador de vida).
Na minha opinião, ainda falta muito para que o second life deixe de ser tendência e se torne realidade. Nessas minhas experiências eu reparei alguns problemas que dificultam o seu uso. O primeiro foi no aspecto técnico da coisa. Meu computador aqui não é uma porcaria, tem uma configuração até decente, mas mesmo assim o sistema roda leeeeeento toda vida, e eu acredito também que minha conexão com a internet seja mediana, nem algo tão bom, nem tão ruim, tenho 600K, e quando eu entro no jogo, as coisas demoram séculos para carregar e algumas vezes tenho um lag grotesco.
Mas o que me espantou mais ali foi a dificuldade que eu tive para fazer tudo ali dentro. Já de início criar o meu avatar foi muito difícil, eu queria fazer algo parecido comigo. Mas como existem TANTAS configurações e uma influencia muito na outra, é uma coisa extremamente difícil criar avatares, colocar texturas etc. Também achei a criação de roupas muito muito difícil.
O legal do secondlife seria encontrar pessoas, conversar, interagir, mas eu não consegui encontrar ninguém lá, não sabia como conversar e tudo mais. Fui até pro Rio de Janeiro, que é um local criado pela Prefeitura do Rio pra incentivo do turismo, e mesmo lá eu achei absurdamente dificil fazer qualquer coisa. E eu também não sabia o que fazer.
As idas de um lugar para o outro são até faceis, porque você pode simplesmente se teletransportar. Mas o difícil MESMO é saber para onde ir e o que fazer. Passei mal de verdade tentando isso.
Além de tudo, acredito que não fui só eu que tive esse dificuldade ali, eu já conversei com algumas pessoas na faculdade, que foram conhecer o secondlife pelo mesmo motivo que eu e tiveram as mesmas dificuldades que eu.
Por último, se alguma alma caridosa, perdida e conhecedora de secondlife ler isso aqui. Deixa nos comentários algumas dicas de como facilitar a vida de todos lá. Porque, de verdade, a experiência de usuário inicial é algo muito dificil e assustador. Portanto, se você achou muito dificil também usar isso, dá uma lida nos comentários e torce pra ter alguma dica de alguém!

sábado, 12 de abril de 2008

A Felicidade

O que me incentivou a escrever sobre essa tal dessa felicidade foi o filme "A Procura da Felicidade" com o Will Smith. Muita gente falou que o filme era lindo, era de chorar, merecia prêmios, todos gostaram, e eu nessa me achei um alienígena. Não achei o filme nada tocante, não me comovi, não cheguei perto de chorar, pelo contrário, fiquei com raiva.
Bom, o filme começa bem difícil pro Will, ele está desempregado, tentando ganhar dinheiro de alguma forma. Ele vive com a mulher e o filho, a mulher dele é um catiço (como diz a Jess), e o filho é uma gracinha. Em um momento a mulher dele vai embora e deixa ele com o filho. É aí que ele perde a casa e tem que ir pra um hotel, perde o hotel e tem que dormir no metrô. Mas ele estava dando o jeito dele, ele vendia uns scanners para poder comprar comida, dormia em lar de desabrigados, trabalhava de graça numa empresa que ele talvez poderia ser contratado. Realmente não era nada fácil a vida dele. Sem querer me comparar a situação dele, mas, a vida de quem é fácil?
Mas não foi o desenrolar da história em si que me irritou profundamente, foi o final do filme. Assim que ele consegue o tão sonhado emprego em que ele, até então, trabalhava de graça, ele comenta algo como que agora que ele tem trabalho é que ele está feliz. Obviamente a vida dele era muito difícil, mas ele tinha o filho dele que era uma gracinha, ajudava o pai, não atrapalhava, eles se divertiam mesmo com as dificuldades, e, ao meu ver, ele era feliz com o filho, apesar dos problemas. O filme, como o senso comum, ligou diretamente o trabalho à felicidade. Ali no filme, assim que ele arranjou o trabalho já era feliz, não importava o quanto ia receber, não importava se a empresa iria demití-lo na primeira semana, não importava onde ele ia morar, já que ele tinha trabalho ele era feliz, puro e simplesmente. Engraçado como esse filme fez esse sucesso todo só por reafirmar algo que todo o senso comum nos diz, que precisamos trabalhar pra sermos felizes. Afinal, "o trabalho enobrece o homem", certo?

sábado, 29 de março de 2008

A Blogostética

Realmente os blogs revolucionaram a internet e foram o carro chefe da tão famosa web2.0. A verdade de que vivemos numa nova era da internet já está muito mais que certa e todos sabemos disso por senso comum. Mas, ao olhar os blogs, não conseguimos mais diferenciar muito bem como era a internet dos tão distantes anos 90 e como, com o surgimento dessa ferramenta, ela foi afetada e se transformou no que é agora.

Diria um grande comunicólogo canadense, Marshall McLuhan, que, enfim, estamos sendo retribalizados e começamos a viver numa espécie de Aldeia Global. Porque retribalizados? Numa rápida explicação, as sociedades tribais tinham uma figura de uma pessoa (pajé ou seja lá o que for) que falava para toda a tribo, essa figura era a voz mais importante dali. Com o surgimento da imprensa de Gutemberg, começaram as grandes publicações de livros, e com isso, as pessoas voltaram para si mesmas, mergulhando na palavra escrita, na leitura, e com isso, a figura do alguém que falava para todos, acabou. Já com a web2.0, alguns autores dizem que o que McLuhan previu enfim se concretizou, um ambiente onde todos são geradores de conteúdo em potencial, onde todos têm a possibilidade de ler o que outros escreveram e publicar outra coisa contrária ou não. Indiscutivelmente a web2.0, que teve como fachada os blogs, propicia essa experiência de troca global de informações. Aqui vale a pena refletir sobre o quão credíveis são essas informações e sobre o quão credíveis são as informações dos meios ditos tradicionais (televisão, jornal, revista etc).

Outro ponto que vale citar é quanto ao conteúdo, mas não em relação ao usuário comum poder gerar o conteúdo, e sim sobre as empresas tentarem se enquadrar neste novo modelo. Muitas empresas criam blogs corporativos, como podemos ver da mozilla e do internet explorer. E outras simplesmente se sentem obrigadas a gerar conteúdo para colocar em sua página principal, ao invés de criar esses blogs corporativos. Acredito que essa demanda por sites com alguma espécie de blog em sua página principal, mas que possibilite também a navegação tradicional por itens estáticos, tenha feito os criadores de uma grande ferramenta, o Joomla, criarem-na.

E por último, mas não menos importante, eu reparo que a estética blog, como elemento visual, também afetou de maneira significante os sites web. Não é muito raro de se ver um site que todos juremos que é um blog, mas que, na realidade, não é um blog. As figuras bonitas no topo da página, a largura fixa, o posicionamento e a estética do menu, o uso das etiquetas de personalidade na direita ou embaixo, a organização das informações em formas semelhantes a posts, etc, são itens que denunciam a invasão da blogostética nos ditos sites tradicionais. Na minha memória, eu guardo que nos anos 90, a moda era fazer sites diferente, com uma experiência diferente com o menu, os menus tinham formas, cores e posicionamentos mais diferentes possíveis.

Ao meu ver, existe uma grande diferença da preocupação quanto o desenvolvimento de sites nos anos 90 e agora. Nos anos 90 havia uma preocupação muito grande com a estética, mesmo que não houvesse tecnologia suficiente para nos dar liberdade de fazer qualquer coisa. O desenvolvimento da tecnologia necessária acabou gerando a nossa web2.0, que, de alguma forma, não se importa muito com a estética e sim com o conteúdo. Afinal, o grande nome da web colaborativa que é o Google, em geral, não possui layouts muito chamativos e sim funcionais e simples.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

orkut incoerente

A algum tempinho já o orkut disponibilizou o esquema de privacidade, onde vc pode definir que somente certos usuários podem ver suas fotos, videos, rss, scraps etc. Isso é um tanto legal. Existem histórias de ladrões, sequestradores, fofoqueiros de plantão e outros, que adoram ver o cotidiano de outras pessoas, e vc pode, de alguma forma, se defender dessas pessoas.
Mas o que realmente me chamou a atenção foi que algumas pessoas definem como privadas as fotos. Até aí tudo bem né? Nada de mais privar o mundo todo de olhar as suas fotos. Mas o problema é que algumas dessas mesmas pessoas deixam o endereço do fotolog logo abaixo. Incoerência?
Muita gente tem fotolog e afins(e até mesmo não divulgam o endereço desses flogs), e no orkut definem como privadas as fotos. Mas o que impede de alguem achar esse fotolog via google, yahoo etc. e acessar periodicamente ele, já que o álbum do orkut tá bloqueado?
Acho que antes de tomar grandes precauções com um novo esquema de segurança, nós devemos pensar no geral, pensar em nossa vida virtual como um todo, não como lugares separados.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sobre a Fotografia

Como vocês podem ver no meu flickr, eu fiz uma viagem para o Quebec e algumas outras também para Argentina, Chile etc. Eu tenho ficado muito satisfeito porque muitas pessoas têm me falado que as fotos estão lindas e que eu estou melhorando muito na fotografia.
Mas o que eu estava pensando é exatamente o inverso disso tudo. No meu flickr eu só coloco fotos altamente pensadas, penso em todos os detalhes(ou ao menos tento pensar), o que pode ou não compor a cena, onde é melhor que os elementos fiquem, como está a luz, onde está o sol, como eu posso fazer uma pós produção nela e tudo mais que gira em torno da fotografia digital e seus braços. E por mais que pensem: "nossa, que legal pensar nisso tudo, deve ter ótimas fotos...", eu não tenho achado isso, eu acho que sim, melhorei muito na fotografia, isso é altamente perceptível quando olho fotos antigas e novas, e qualquer um que tivesse uma câmera e a vontade de melhorar iria aprender.
O grande problema é que o que eu ganhei em técnica e em fotografia bonita eu perdi o puro senso documental da viagem. Eu me limito muito à uma boa luz, a um bom enquadramento e tudo isso de técnica da fotografia, se a cena não está como eu gostaria, eu simplesmente não faço a foto, e acho que eu perco muitíssimo com isso, porque, como há uns dias, quando vou olhar as fotos por pura lembrança, eu vejo que perdi muitas fotos que poderia ter feito, mesmo com "tudo ruim".
O que eu quero dizer aqui é que técnica é muito importante para boas fotos, pensar é muito importante para boas fotos. Mas o que não pode ser perdido é o momento, afinal, a fotografia em sua essência são momentos, e eles passam, nunca mais vou ter a chance de "tirar" uma foto junto com as pessoas tão legais que conheci pelas minhas viagens, nunca mais vou ter aquela cena com a luz toda errada, aquela cena com uma grade de obra, ou chovendo, ou nublado, ou mesmo só de mim (de 700 fotos eu apareço em no máximo 20).