Hoje, assim que acordei, vi um email na minha caixa de entrada do meu amigo Leonardo Lagden, que falava sobre a repressão à internet em Cuba. Eu estava escrevendo a resposta na nossa lista de emails mas achei muito pertinente trazer a discussão para o blog.
A matéria enviada você confere na citação abaixo:REPRESSÃO EM CUBA À INTERNET!
(Carlos Lauria/Maria Salazar - El País - trechos, 21/09)
1. Cuba tem o índice de acesso mais baixo de todo o hemisfério ocidental. Segundo as estatísticas oficiais, só 13% da população tem acesso, uma cifra muito baixa, mas que os analistas acham que é menor ainda. São poucos os cubanos que têm ordenadores pessoais, já que os -artificialmente- altos preços impedem o acesso. Só podem conectar-se individualmente quem pagar com CUC -pesos conversíveis, em geral usados por estrangeiros.
2. As conexões têm que ser aprovadas pelo ETECSA (provedor estatal). Só um grupo de cubanos especiais pode navegar pela internet: intelectuais com vínculos com o governo ou com o partido, altos funcionários, alguns médicos em hospitais e acadêmicos em universidade. As senhas de acesso já são vendidas no mercado paralelo.
3. As notícias estão restringidas por uma comissão interministerial. Provedores autorizados devem adotar as medidas necessárias para impedir o acesso a sítios cujos conteúdos sejam contrários ao interesse social, a moral e bons costumes, assim como o uso de aplicações que afetem a integridade ou segurança do Estado. Uma hora de Internet em um hotel ou cybercafé vale 260 pesos, ou um terço do salário mínimo mensal em moeda interna.
E no Brasil? O Brasil tem quase 65 milhoes (IBOPE Nielsen Julho 2009) de internautas. Lindo né? Não se pensarmos que isso representa só 33% dos quase 200 milhões (IBGE Julho 2009) que somos. O Brasil é um país livre, um país do capital, um país do futuro, ele deveria ter muito mais gente conectada, não? Eu, de verdade acho uma vergonha para o Brasil comparar com esses dados de Cuba.
Indo um pouco mais a fundo, qual a quantidade de brasileiros dos chamados classes C ou D (segundo o critério Brasil de pesquisa) que acessam a internet desses 33%, ou qual a quantidade de classes B ignorantes que nem se pretenderem intelectuais se pretendem? Quanto sobra de intelectuais ou dos que pretendem algo que desenvolva um mínimo de raciocínio ou de conhecimento que acessam a internet aqui nas terras tupiniquins? Quantos Cuba tem?
Claro que é uma suposição muito forte, mas eu arrisco falar que em números absolutos, talvez, essas quantidades se aproximem muito.